Quer se tenha planeado toda a vida ter filhos ou simplesmente se deixe o destino decidir, há sempre uma altura na vida de uma mulher em que surge uma vontade, quase que incontrolável, de ser mãe. Para a maioria das mulheres, assim que decidem concretizar esse desejo, engravidam em pouco tempo. Mas para uma pequena percentagem, engravidar é um desejo impossível de realizar simplesmente através de relações íntimas com o seu parceiro.
Estas mulheres, que desejam mais que tudo ser mães, afirmam que a incapacidade de gerar uma vida é uma das experiências mais devastadoras das suas vidas.
Considera-se um casal infértil aquele que não consegue ter filhos após 2 anos de relações íntimas com esse fim. E são cada vez mais os casais com esse problema: A nível mundial, estima-se atualmente que um em cada seis casais seja infértil. Com os avanços na medicina reprodutiva é possível, hoje em dia, recorrer à procriação medicamente assistida e ultrapassar a maioria dos problemas que originam a infertilidade conjugal. Se este é o seu caso, o primeiro a fazer será consultar um médico especializado, para investigar qual as causas dessa infertilidade.
A um casal infértil ser-lhes-á avaliado, numa primeira fase, a presença e a qualidade dos óvulos na mulher, o número e qualidade de espermatozoides no homem e a permeabilidade do trato genital feminino. Feito este estudo, são tomadas as medidas necessárias para poder ultrapassar o problema da infertilidade, com base nos dados obtidos. Caso essas medidas não resultem, passa-se a uma segunda fase, onde é proposta a procriação medicamente assistida, isto é, a fertilização in vitro, a inseminação artificial ou a microinjeção de gâmetas.
A fertilização in vitro é uma técnica que utiliza espermatozoides retirados do potencial pai, e óvulos retirados da potencial mãe (estimulação prévia dos ovários com medicamentos) e que são colocados, em meio laboratorial juntos, de modo a se obter embriões (novo ser que se forma da junção de um espermatozoide e um óvulo). Estes embriões serão colocados no útero, e se tudo correr como esperado, darão origem ao feto e posteriormente ao bebê. Só serão colocados na cavidade uterina da mulher aqueles embriões que mostrem ter as qualidades adequadas. O número de embriões colocados no útero da mulher depende da sua idade. Normalmente para mulheres com idade inferior a 35 anos são colocados 2 embriões enquanto para mulheres entre os 35 e os 40 anos são colocados 3 embriões. Opta-se por colocar mais que um embrião no útero para aumentar a probabilidade de se ter sucesso. Se assim acontecer, o embrião implanta-se no útero passando a feto e posteriormente dando origem a um bebê.
Outra técnica que pode ser utilizada é a inseminação artificial. Esta tem uma taxa de sucesso menor que a do método anterior e a sua utilização é mais limitada. Na inseminação artificial é primeiro feita a estimulação ovárica na mulher e, posteriormente são introduzidos os espermatozoides preparados anteriormente em laboratório, na vagina, no útero ou nas trompas da mulher. Ainda menos utilizada, temos a microinjeção de gâmetas, onde se introduz um único espermatozoide em cada óvulo. Esta técnica é usada quando as causas de infertilidade têm que ver exclusivamente com a parte masculina.
Note que estes métodos não resolvem a infertilidade do casal, nem permitem futuras gestações saudáveis ou prevenção de abortos espontâneos. Proporcionam sim um meio de ultrapassar a infertilidade ao possibilitar a geração de bebês que de outro modo não seria possível.
Não esqueça que antes de recorrer a estes métodos de reprodução, é essencial diagnosticar e tratar todos os problemas relacionados com a saúde da mulher e do homem, relativos ao que os impede de ser pais.
Qualquer um dos processos adotados para ultrapassar os problemas de infertilidade de um casal é impossível sem acompanhamento médico especializado, e antes de se optar por esta alternativa, todos as informações devem ser facultadas ao casal para que estejam cientes do todo o percurso que irão fazer até conseguirem realizar o sonho de serem pais.
Lembrem-se que também existem outras maneiras de constituir família, tal como a adoção, e que se optarem pela reprodução medicamente assistida terão de passar por um processo que poderá ser longo e bastante penoso para o casal, sem ter a garantia de serem bem sucedidos.
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